"Alguém me roubou de mim.
E quem me roubou estava tão perto que às vezes podia ficar comigo mesma.
Alguém chegou silenciosamente e se alastrou sobre meu corpo, minha mente, meus pensamentos, meus desejos e vontades.
Roubou meu jeito de ser.
Meu sorriso.
Pacientemente roubou minha personalidade.
E hoje eu estou assim meio sem graça
Por alguém que tomou a minha graça.
Não era a mais bela das graças... mas era a minha graça.
Era o meu sorriso roubado.
Era o meu olhar vivo.
Eram as minhas ideias.
Era a minha voz.
Eram os meus sonhos.
Era o meu cheiro.
Eram as minhas vestes.
Eram os meus pensamentos.
Eram os meus desejos.
Era a música que gostava de ouvir.
Era algo somente meu como eu não conseguira ser de ninguém.
Quando quis a mim de volta, o alguém que me possuía tinha ido embora.
Não me devolveu o que eu havia dado lentamente e imperceptivelmente em meio aos devaneios.
Agora aqui faço um apelo:
O alguém que me roubou de mim e me tem:
Me devolva a mim, pois não tenho ninguém!
E pela primeira vez nem eu sei o que de fato quero!
Estou me sentindo desorientada... cada vez mais se aproxima o improvável e eu não sei como recebê-lo. Não sei se estarei aqui esperando pacientemente. Perguntas e preferências me atormentam.
De repente me vi lá!
Arquitetei a cena inúmeras vezes, mas não se comparou ao que senti de fato.
Eu o desejava, mas ele me desejava mais ainda... Ele que nem podia estar ali, como eu podia. Podia e queria.
Fugia das convenções de sua vida tão certinha e monótona, afinal ela quem deveria estar lá.
Mas era eu quem estava naquele espaço e momento.
Não fazia parte de suas circunstâncias como ela fazia, mas era EU quem o possuía com firmeza e leveza.
Com vontade e receio.
Com coragem e medo.
Era um momento meu, tão meu quanto a fantasia do toque, do olhar, dos beijos que jamais me pertenceriam...
E os meus sonhos que construíram realidades tomaram conta da realidade de outra pessoa.
Não era nela que ele pensava quando vivenciamos nosso combinado.
De repente seus beijos se fizeram meus.
Seu olhar me focou.
Seus braços apertaram meus devaneios.
E eu pude quebrar meu mundo, gritar meus desejos onde...
Por um vasto instante ele me pertenceu, como agora pertencerá eternamente a ela.
Não fazia muito sentido tudo aquilo, pois quando saísse daquele cosmo eu ainda continuaria sendo a mesma... Meu universo estaria na mesmice de sempre com uma única diferença: com um sonho a menos.
Jossana
Quem sou eu
- Joss =D
- Eu sou a razão de sonhos antigos. O motivo de questões futuras... Eu sou apenas "eu" um eu que não tem explicação, um eu que não se mistura com os outros "eu's"... Pedagoga, de Natal-RN, apaixonada por poesia, Hq's e pelo universo dos esmaltes e afins <3